quarta-feira, setembro 21, 2005

Exilados


O panorama político da nossa "casa" portuguesa é cada vez mais fedorento. A palavra não é branda mas é para explicar os cheiros que exalam de um corpo morto e em decomposição: tal como este, a política actual está-se a desmembrar ou total defecção dos seus membros ilustres e razoáveis. A sua não-linguagem (político-jurídica) é vazia, fora da realidade e esconde-se em jogos de linguagem para não ferir este ou aquele. Tal como um corpo morto está sem movimento e força, a política está sem presença na realidade. A morte ou a vida; valores ou não valores escondem-se em linguagem legislativa, anacrónica e vazia de conteúdo.
Ao apelar para valores podemos correr dois perigos: ou do totalitarismo ou da fuga da realidade. Nenhum deste postulo: os valores não são universais ao pnto de abarcar todo o ser humano, afirmam alguns. Porém, o que vemos na sociedade é um lodaçal sem valores. Viver em sociedade "polis" ou "civitas" necessita ou não de valores? Claro que sim! Isso até os romanos sabiam e esses durante largos anos não eram totalitaristas. Na liberdade e na dignidade oferecida a todos e todas, necessariamente precisamos de valores pelos quais a própria democracia lutou: é normal que sociedades inteiras lutem pela liberdade e pela dignidade e agora, meçam (cinicamente sob nomes esterilizados) quando é morte ou não? Um feto tem menos direitos que um cão?
A Vida, valor que superintende todos os outros, é avaliada com que critérios? Legalizar ou despenabilizar, neste caminho são meras palavras porque "não te prives", faz o melhor para a tua vida e sê o dono do teu destino.
De facto, os antigos (sem citar cristãos, porque não é politicamente correcto e estão cheios de preconceitos) iam se rir destas presunções. Quem é dono do seu destino? Quem é dono da sua vida?
Os políticos falam. tranverberam, fogem dos valores porque moralizam mas apelam para os valores da república (onde estão?). De facto, uma política assim não interessa e põe em perigo um bem grande que é vivermos em liberdade. A liberdade não é fazer o que se quer, ou pior fazer o que acho que é bem. A liberdade sem valores de referência vai morrer cega (porque tal como a tirania, ela pode ser cega) e sem que ninguém a queira. Os exilados voltam, a linguagem é dúbia, as pessoas confusas, a economia fraca, as forças de segurança elevam-se, Deus nos livre da tirania. Mas, a democracia cega também é tirania de alguns...

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