sexta-feira, julho 08, 2005

Horror na City

Voltamos ao mesmo medo de há uns meses largos atrás. O medo de ser vitíma num conflito longíncuo e irracional. As Palavras de Paulo VI ainda nos ecoam nos ouvidos: "Jamais plus la guerre". Mas quem faz a guerra continua no seu lugar sem grandes medos senão o de perder as próximas eleições. Ficamos com a sensação do amargo de boca, perguntando quem nos governa? Quem quer mesmo ser líder ou governante de uma nação? O que temos agora são administradores e profissionais a gerir economias e os seus bolsos.
A democracia perdeu muitos desafios e neste últimos anos vimos como as três grandes revoluções da História Europeia Moderna faliram. Não pelos seus objectivos e propósitos (nobres e dignos) mas nos resultados.
  • revolução francesa: onde param os ideias de liberdade, fraternidade e igualdade. Tal como uma erva daninha, a liberdade (senhora de si mesma) afogou os dois ideais restantes. O tripé caiu por terra. Sem a fraternidade, uma sociedade pode ser livre mas não é humana. E onde para a liberdade se a igualdade é sufocada.
  • revolução sexual: os ideais desta queriam acabar com a opressão e os tabus, porém o que aconteceu? uma sexualidade aforma e jogada ao meu apetite, onde o respeito pelo outro é chamado de pudor deslavado. E aqui se cruza a problemática da educação e formação dos mais novos. Muito se conseguiu neste campo mas não chega. Temos de fazer passar a ideia de que a nossa sexualidade não se mede somente pelo desejo animal.
  • as revoluções mais contemporâneas da liberdade: Em Portugal consideramos a Revolução dos Cravos; mas passados uns anos a liberdade gerou muitos monstros. Libertou para fora de si o pior: o relativismo, a indiferença, o egoísmo e o individualismo. A revolução tinha de acontecer mas quem a fez nunca pensou num Portugal de "filhos únicos" cheios de direitos e sem nenhum dever.

A sociedade que temos é um conjunto de gente, que por acaso, fala (mais ou menos ) a mesma língua e ocupa este espaço/nação. Se há uma crise, foge ou demarca-se dela. Se há uma alegria, já tudo é parte da nação. Estas revoluções foram necessárias mas agora, quem se lembra ou se recorda dos seusa ideais?

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