terça-feira, outubro 30, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
Fim de uma vida...
O que faz o gesto dramático?
O que faz a cabeça sem rumo?
Uma noite sem fim
uma vida sem fio de prumo...
Acabou a sua vida de maneira trágica, sem o conhecer fica a imagem de alguém sério consigo mesmo e com a vida. Daniel Josué, fica-nos na boca o sabor amargo da incerteza e da saudade. Não foste meu amigo mas a tua recordação fica na memória. Requiem in pace...
O que faz a cabeça sem rumo?
Uma noite sem fim
uma vida sem fio de prumo...
Acabou a sua vida de maneira trágica, sem o conhecer fica a imagem de alguém sério consigo mesmo e com a vida. Daniel Josué, fica-nos na boca o sabor amargo da incerteza e da saudade. Não foste meu amigo mas a tua recordação fica na memória. Requiem in pace...
segunda-feira, outubro 22, 2007
quinta-feira, outubro 18, 2007
Uma vida
Crónica do DN de hoje:
Espero que não se importem de aqui colocar este texto mas muito me impressionou!
Em nome da burocracia da morte, perguntam-me se deixaste testamento. Um papel escrito? Não, acho que não. Gostava de poder responder ao atencioso funcionário que o teu mais valioso legado é intangível.
"Morrer é só não ser visto", escreveu Pessoa. Não te vejo, mas escrevo. Queria escrever sobre a paternidade, o valor de ter pai, em vez do valor de ser pai. Ver, agora, essa relação pelo meu lado, como um nó cego atando as nossas vidas, tempo após tempo, até já nenhum de nós ser novo - eu avó, tu bisavô. E dizer deste sentimento de orfandade, de ter sido atirada para a linha da frente, sem essa retaguarda que construíste para nos proteger. Dizíamos sempre que só se educa pelo exemplo. Porque só o exemplo é atestado da coerência da nossa própria vida.
Por isso, pensar no que fui e no que sou é, também, um espelho de nós os dois. O que ficou tão claro e tão nítido, agora que te não vejo.
Foste um homem de fé. Fé em Deus, mas também (ou por isso mesmo) fé na condição humana, fé na capacidade de melhorarmos o mundo, de mudarmos as coisas, de fazer mais e melhor. Não eras um voluntarista mas um empreendedor laborioso, um homem de convicções e causas. A elas deste, em partes iguais, a tua auto-exigência e a tua coragem.
Nunca ter medo do medo foi o que me ensinaste logo na infância. Foste um homem justo, esse complicado equilíbrio entre a razão e as razões dos outros, sem preconceitos ou verdades definitivas, porque a tua firmeza, naquilo que realmente importava, nunca dependeu de dogmatismos. Tinhas um enorme sentido do bem comum e da causa pública, que serviste de modo tão meticuloso como empenhado.
Ensinaste-nos o amor pelo grande e pelo pequeno; o respeito por tudo o que era importante; o exercício da disciplina e da resistência; a ganhar com humildade e a perder com dignidade; a preservar o bem maior da liberdade, recusando os enfeudamentos espúrios; e a nossa cabeça sempre levantada. Porque eras forte nunca foste violento e a tua autoridade prescindiu de qualquer arbitrariedade.Foste um português orgulhoso de o ser. Acreditavas no destino desta terra com palavras e actos. Foste um agregador de pessoas muito diversas e entrosavas os entusiasmos em torno de projectos e realizações.
Foste um homem de todas as gerações, classes sociais e raças, com amigos espalhados pelo mundo, humildes e poderosos, sem distinção na lealdade com que construíste tantas e tão duradouras amizades.Mas foste, igualmente, um homem cheio de sentido de humor, de graça, de ironia fina. E um homem do teu tempo, informado e atento, de leitura constante, aberto às ideias e à sua discussão. Educaste-nos, indiferente às regras então estabelecidas, à distinção de estatuto entre rapaz e rapariga, considerando-nos aptas para tudo: as brincadeiras da infância, o desporto, as leituras, as viagens, os estudos ou as escolhas profissionais. Gostavas de nos estimular com acesas trocas de opinião sobre os mais variados temas, puxando por nós na argumentação, no gosto pela polémica, na defesa dos nossos pontos de vista.Em todos os momentos importantes da minha vida, nas grandes decisões, fui ouvir-te.
Nunca me deixaste fazer batota. O certo e o errado, ao pé de ti, tornavam-se claros e incontornáveis.
Até adoeceres, foste esse pai da infância, da adolescência, da idade adulta, sempre ali, acompanhando o que a vida foi fazendo com cada um de nós. No momento em que deixei de te poder ver, senti a urgência de agradecer-te por esta herança, que não consta de nenhum documento e pelas memórias que inundam a minha cabeça: o tapete de linóleo com os jogos desenhados, o carro a pedais pintado de azul, o trapézio e as argolas, a fisga, a pressão de ar, o cão, a Margot Fonteyn e Nureyev no meu primeiro Lago dos Cisnes, a frisa no S. Luiz, os passeios de barco, a viagem à Europa por minha conta e risco que nenhum outro pai, nessa época, teria permitido. E, porque tu foste esse pai atento ao detalhe e à surpresa, agradecer-te também as "delícias" da Bijou, os chocolates da Arcádia e as nozes e as "joaninhas" do Faz-Tudo, que tu trazias para casa, ao fim do dia, chamando: "Meninas, meninas!"Adeus, a Deus...*
Maria José Nogueira Pinto escreve sobre o pai, Luís Avilez, que faleceu no passado domingo, dia 14 de Outubro
Espero que não se importem de aqui colocar este texto mas muito me impressionou!
Em nome da burocracia da morte, perguntam-me se deixaste testamento. Um papel escrito? Não, acho que não. Gostava de poder responder ao atencioso funcionário que o teu mais valioso legado é intangível.
"Morrer é só não ser visto", escreveu Pessoa. Não te vejo, mas escrevo. Queria escrever sobre a paternidade, o valor de ter pai, em vez do valor de ser pai. Ver, agora, essa relação pelo meu lado, como um nó cego atando as nossas vidas, tempo após tempo, até já nenhum de nós ser novo - eu avó, tu bisavô. E dizer deste sentimento de orfandade, de ter sido atirada para a linha da frente, sem essa retaguarda que construíste para nos proteger. Dizíamos sempre que só se educa pelo exemplo. Porque só o exemplo é atestado da coerência da nossa própria vida.
Por isso, pensar no que fui e no que sou é, também, um espelho de nós os dois. O que ficou tão claro e tão nítido, agora que te não vejo.
Foste um homem de fé. Fé em Deus, mas também (ou por isso mesmo) fé na condição humana, fé na capacidade de melhorarmos o mundo, de mudarmos as coisas, de fazer mais e melhor. Não eras um voluntarista mas um empreendedor laborioso, um homem de convicções e causas. A elas deste, em partes iguais, a tua auto-exigência e a tua coragem.
Nunca ter medo do medo foi o que me ensinaste logo na infância. Foste um homem justo, esse complicado equilíbrio entre a razão e as razões dos outros, sem preconceitos ou verdades definitivas, porque a tua firmeza, naquilo que realmente importava, nunca dependeu de dogmatismos. Tinhas um enorme sentido do bem comum e da causa pública, que serviste de modo tão meticuloso como empenhado.
Ensinaste-nos o amor pelo grande e pelo pequeno; o respeito por tudo o que era importante; o exercício da disciplina e da resistência; a ganhar com humildade e a perder com dignidade; a preservar o bem maior da liberdade, recusando os enfeudamentos espúrios; e a nossa cabeça sempre levantada. Porque eras forte nunca foste violento e a tua autoridade prescindiu de qualquer arbitrariedade.Foste um português orgulhoso de o ser. Acreditavas no destino desta terra com palavras e actos. Foste um agregador de pessoas muito diversas e entrosavas os entusiasmos em torno de projectos e realizações.
Foste um homem de todas as gerações, classes sociais e raças, com amigos espalhados pelo mundo, humildes e poderosos, sem distinção na lealdade com que construíste tantas e tão duradouras amizades.Mas foste, igualmente, um homem cheio de sentido de humor, de graça, de ironia fina. E um homem do teu tempo, informado e atento, de leitura constante, aberto às ideias e à sua discussão. Educaste-nos, indiferente às regras então estabelecidas, à distinção de estatuto entre rapaz e rapariga, considerando-nos aptas para tudo: as brincadeiras da infância, o desporto, as leituras, as viagens, os estudos ou as escolhas profissionais. Gostavas de nos estimular com acesas trocas de opinião sobre os mais variados temas, puxando por nós na argumentação, no gosto pela polémica, na defesa dos nossos pontos de vista.Em todos os momentos importantes da minha vida, nas grandes decisões, fui ouvir-te.
Nunca me deixaste fazer batota. O certo e o errado, ao pé de ti, tornavam-se claros e incontornáveis.
Até adoeceres, foste esse pai da infância, da adolescência, da idade adulta, sempre ali, acompanhando o que a vida foi fazendo com cada um de nós. No momento em que deixei de te poder ver, senti a urgência de agradecer-te por esta herança, que não consta de nenhum documento e pelas memórias que inundam a minha cabeça: o tapete de linóleo com os jogos desenhados, o carro a pedais pintado de azul, o trapézio e as argolas, a fisga, a pressão de ar, o cão, a Margot Fonteyn e Nureyev no meu primeiro Lago dos Cisnes, a frisa no S. Luiz, os passeios de barco, a viagem à Europa por minha conta e risco que nenhum outro pai, nessa época, teria permitido. E, porque tu foste esse pai atento ao detalhe e à surpresa, agradecer-te também as "delícias" da Bijou, os chocolates da Arcádia e as nozes e as "joaninhas" do Faz-Tudo, que tu trazias para casa, ao fim do dia, chamando: "Meninas, meninas!"Adeus, a Deus...*
Maria José Nogueira Pinto escreve sobre o pai, Luís Avilez, que faleceu no passado domingo, dia 14 de Outubro
quarta-feira, outubro 17, 2007
intimidade/público
Acho que não fui feito para a intimidade! Não sou capaz de ser intímo, ou pelo menos, não sei marcar a intimidade de ninguém. Afasto-me e sou amigo; mas ser intímo? chego a esta idade a perceber que não sou e nunca fui intímo de ninguém. Quererei? apetecer-me-á? claro que sim! Porém, sê-lo, nunca fui!
A intimidade pede saber quem está ao nosso lado e entrar no seu interior.
Será que a minha vocação é ser público? ou seja, ser político no sentido da relação pública. E os momentos de intimidade serem pequenos e de satisfação? Poderá ser a melhor saída para quem afinal não é intímo de ninguém.
Não é ser amigo... é outra coisa! Ser próximo e nao ser intímo. Esta não me apetece revelar toda ou a uma pessoa só.
A intimidade pede saber quem está ao nosso lado e entrar no seu interior.
Será que a minha vocação é ser público? ou seja, ser político no sentido da relação pública. E os momentos de intimidade serem pequenos e de satisfação? Poderá ser a melhor saída para quem afinal não é intímo de ninguém.
Não é ser amigo... é outra coisa! Ser próximo e nao ser intímo. Esta não me apetece revelar toda ou a uma pessoa só.
Vidas
Várias coisas que se passaram neste últimos dias:
- o meu aniversário (argh) "Every life is a profession of faith"
- a moda lx onde estive a trabalhar no gabinete de imprensa
Correu tudo bem, melhor que eu esperava e toda a equipa ficou a gostar de mim, com elogios rasgados. Estes deixaram-me sem fala e com a sensação de exagero. Chamaram-me o Céu por um episódio passado na recepção!
Mas, hoje, tenho a sensação que não sou. Como todo o homem que anda nesta terra, cheio de sentimentos contraditórios. Inveja e ciúme também.
Estou a remoer o lançamento do livro e sinto que não fiz o que era melhor e nem tive oportunidade disso. E, também, a sensação de ser menos valorizado até pelos amigos... o livro não é levado a sério. Fiquei lixado com o lançamento... soube-me mal e não quero mais! E, sem dinheiro, novamente não faço nada.
Estranhos pensamentos para quem veio "realizado" de outro evento mas, de certo modo, vejo como podia ter sido. Não sou o céu, hoje nem nunca. Estou frustado isso sim e cada vez mais materialista; o dinheiro ajuda muito.
- o meu aniversário (argh) "Every life is a profession of faith"
- a moda lx onde estive a trabalhar no gabinete de imprensa
Correu tudo bem, melhor que eu esperava e toda a equipa ficou a gostar de mim, com elogios rasgados. Estes deixaram-me sem fala e com a sensação de exagero. Chamaram-me o Céu por um episódio passado na recepção!
Mas, hoje, tenho a sensação que não sou. Como todo o homem que anda nesta terra, cheio de sentimentos contraditórios. Inveja e ciúme também.
Estou a remoer o lançamento do livro e sinto que não fiz o que era melhor e nem tive oportunidade disso. E, também, a sensação de ser menos valorizado até pelos amigos... o livro não é levado a sério. Fiquei lixado com o lançamento... soube-me mal e não quero mais! E, sem dinheiro, novamente não faço nada.
Estranhos pensamentos para quem veio "realizado" de outro evento mas, de certo modo, vejo como podia ter sido. Não sou o céu, hoje nem nunca. Estou frustado isso sim e cada vez mais materialista; o dinheiro ajuda muito.
terça-feira, outubro 09, 2007
segunda-feira, outubro 08, 2007
Só fizemos aquilo que era devido
A sensação das opções tomadas, é, sem a menor dúvida, a mais pesada que cada homem e mulher tem na vida. "Nada fizemos senão o que era devido", ou seja, dizer no final que fizemos o que deviamos ter feito. Realizamos o que tinhamos de realizar.
Mas, a dor das opções, pesa mais que as consequências. Ouvia, ontem, o Evangelho e pensava nisso. Optei bem? Fiz o que devia? Mas, no metro, pela manhã, olhava os "colegas" passageiros e pensava se todos nós sabemos viver com as opções tomadas. Servos inúteis?
Mas, a dor das opções, pesa mais que as consequências. Ouvia, ontem, o Evangelho e pensava nisso. Optei bem? Fiz o que devia? Mas, no metro, pela manhã, olhava os "colegas" passageiros e pensava se todos nós sabemos viver com as opções tomadas. Servos inúteis?
quarta-feira, outubro 03, 2007
segunda-feira, outubro 01, 2007
Moda Lisboa - Estoril
11 / 12 / 13 / 14 OUTUBRO 07CIDADELA DE CASCAISVERÃO / SUMMER 2008
QUINTA, 11 DE OUTUBRO
QUINTA, 11 DE OUTUBRO
19h00 - Luís Buchinho
20h00 - aforest-design
21h00 - Katty Xiomara
22h00 - Filipe Faísca
SEXTA, 12 DE OUTUBRO
18h30 - L’Oréal Professionnel by Lúcia Piloto
19h30 - Dino Alves
20h30 - Isabela Capeto GUEST DESIGNER
21h30 - Alexandra Moura
22h30 - Miguel Vieira
SÁBADO, 13 DE OUTUBRO
12h00 - José António Tenente
15h30 - Ana Salazar
16h30 - Pedro Mourão
17h30 - White Tent
18h30 - Aleksandar Protich
19h30 - Lidija Kolovrat
21h00 - Lion of Porches
22h00 - Maria Gambina
DOMINGO, 14 DE OUTUBRO
15h00 - Lara Torres
16h00 - Ricardo Dourado
17h00 - Nuno Gama
18h00 - Anabela Baldaque
19h00 - Ricardo Preto
20h00 - ADD.UP - Osvaldo Martins
21h00 - Nuno Baltazar
Subscrever:
Mensagens (Atom)