sábado, junho 11, 2005

10 de Junho...

Num dia de condecorações, a violência volta a surgir!
Num dia em que se condecora tudo o que é gente e se clama por patriotismo, o verdadeiro portugal revela-se no seu melhor.
Em mim crescem sentimentos de revolta.... as pessoas na praia a sentirem-se como caça para animais. Talvez estejamos a ser vitímas dos monstros que criamos mas não deixam por isso de serem monstros. E com premeditação.
Clamamos por justiça e segurança... e eu entendo esse sentimento. Queremos o nosso país seguro. Mas, nem temos forças para isso. A nossa sociedade acabou com o heroísmo e aproveitou-se da liberdade. O tripé da Revolução Francesa está manco... e por isso o bem comum desvanece juntamente com o heroísmo. E quando não há heróis, ficam os mercenários...
Acabamos com a gratuidade, nesta aventura cega da liberdade! A fraternidade e a igualdade tombaram no cadafalso por causa da liberdade.
Porém, esta é cega quando encandeada pelo individualismo. Pior que o sol da tarde da praia de Carcavelos...
No entanto, esta conversa leva-nos a pensar nos ideais que nós transmitimos aos nossos ... o que a comunicação social e publicitária quer vender! O sucesso e a pseudo realização individual... no altar disto morrem a fraternidade, o amor e o cuidado pelo próximo. A sociedade cai na teia da minha vontade. Foi isto que os programas de baixa qualidade transmitiram àqueles que assaltaram ontem na praia. Facilidade e porcaria.
O 10 de junho passado na praia de Carcavelos é só o começo, mas faz-nos pensar naquilo que construímos nestes últimos tempos: a educação, a família, os nossos ideais, a nossa comunicação, os nossos modelos, as nossas forças de segurança, enfim que sociedade queremos?
Para ser isto mais vale uma ditadura? Quando estes pensamentos nos atraiçoam é preferível mudar ... antes que se tornem realidade

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